SAIRI ITŌ,


SUMÁRIO
 

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PARIS
Resumo: Trazer a beleza externa para os outros era o que Sairi Ito fazia de melhor. Então, por que uma simples pergunta sobre os seus próprios sonhos a desestabilizou tanto? Agora ela está em Paris, encarando se não uma, mas duas propostas que a fazem se sentir ambiciosa.
Genre: rpg, slice of life, fluff, light drama, self-discoveryWord count: 1.2kTrigger warnings: consumo de álcool por menores, stalkingAra’s note: Espero que gostem da primeira parte da história da minha menina Sairi. Demorou muito, mas esse POV entrega quase tudo que eu vou desenvolver para ela.ʚ⑅ɞSairi perdeu a localização da própria mente enquanto observava as bolhas subirem do fundo da taça para o topo. A sua expressão ainda era suave, contemplativa, como a bela musa de uma obra de arte contemporânea.Ao seu lado, estava Francois Graff. Ela o conhecia, é claro. E sabia exatamente por que estava sentada ali: na vida real, servia como acessório. Pura estética, uma peça na composição visual cuidadosamente orquestrada do jantar.Nas fotos, as luzes destacariam alguém como ele.— Um mercado como o sul-coreano e japonês, tem senão uma necessidade ainda maior de exclusividade e originalidade que o nosso — ele conversava em um francês rápido demais para que Sairi captasse uma palavra sequer do pouco que sabia — apesar da popularização…— Senhorita? Por favor, olhe aqui — um fotógrafo mirou em Sairi, interrompendo o assunto dos cavalheiros ao lado dela e a tirando de seu torpor. O rapaz era novo, precisava provar seu valor para começar a trabalhar naquele ramo e agarrou a missão de não deixar ninguém escapar de suas lentes com entusiasmo.— Claro — Sairi hesitou na resposta, mas alinhou a coluna, levou a mão aos cabelos de maneira bem delicada e os jogou para trás, expondo o colo e sorriu suavemente.Aquela interação não passou despercebida por Francois, que quando finalmente notou para onde a câmera estava indo — não nele e em seus colegas empresários — notou Sairi pela primeira vez. A visão que teve foi do que faltava para ele, a beleza de alguém que pudesse transmitir a beleza de suas jóias no extremo oriente. Assim ele esperava e depois que Sairi terminou sua participação brilhante em uma foto que não seria revelada no Instagram da revista, foi chamada por ele, em um inglês bem polido.ʚ⑅ɞ— Eu lhe peço até perdão… — o homem falou depois de um tempo de conversa.Sairi precisou sorrir e gesticular para aliviar a expressão dele. Depois de alguns minutos de conversa, ele a conheceu e a cada resposta de Sairi, parecia mais interessado em sua personalidade. Nada tirava da cabeça dele que aquilo poderia ser uma tática de alguma agência de modelos porque ela ser maquiadora, não fazia sentido em sua cabeça.As sobremesas do jantar estavam sendo servidas e mais fotógrafos um pouco mais experientes os interrompiam para tirar fotos dele e de outras pessoas importantes na mesa, uma delas sendo uma maquiadora que Sairi seguia e admirava. Tinha trocado algumas palavras com ela durante o desfile e as duas pareciam estar com a mesma ideia na cabeça: aquele evento estava demorando demais.— Sairi, você me disse que estava pensando em se mudar? Sair da Coreia. É isso? — Ela disse, tocando em um ponto sensível da japonesa.Mais cedo tinha se sentado com alguns investidores, interessados em comprar seu salão.O que a impediu de fazer isso, ainda, foi o fato de ter sido um presente do próprio irmão.Ela estava triste aqueles dias, tinha até pedido para colocar seu apartamento também à venda. Interessada em passar um período no exterior estudando.Sairi se sentia incompleta, incerta sobre seus sonhos. Ao maquiar uma noiva, que a questionou se ela sabia o que queria da vida de agora em diante, ela não soube responder. Ao entrar para o Psique estava tudo muito claro, ao se envolver com uma mulher, também estava tudo muito claro.Mas depois de um tempo,— Sair da Coreia? E para onde iria? — Francois demonstrou interesse.— Creio que aqui, ou o Japão novamente. É sempre bom voltar para casa — disse, tentando entender aquela sobremesa. Era comida ou uma pequena caixa com um desafio para desvendar?— Sempre tem oportunidades para alguém talentosa como você — a maquiadora francesa comentou — e não somente isso. Talvez tentar criar algo seu, é concorrido, mas acredito que em dois anos você consegue um bom portfólio de investidores.“Mas é claro, precisa aparecer.” Elenoir finalizou, e aproveitando que Francois estava ocupado novamente, Sairi dedicou os instantes livres para refletir no que realmente queria.A insegurança sempre foi sua maior inimiga. Enquanto muitos diziam que ela tinha tudo aos seus pés, por ser quem era, Sairi se cobrava mais do que queria admitir. As palavras de Elenoir sobre "aparecer" e "criar algo seu" ecoavam em sua mente, misturando-se ao zumbido das vozes e dos risos do ambiente. Sairi não era um acessório.Suspirou, de forma que ninguém na mesa pudesse notar e pegou seu celular discretamente sob a mesa, enviando uma mensagem curta para o corretor que cuidava de seu apartamento no Acropolis Complex: "Cancele a venda. Tenho novos planos."Quando Francois se virou para ela novamente, a expressão de Sairi havia mudado. A doçura ainda estava lá, mas agora havia uma determinação diferente em seu olhar. Ele pareceu notar a mudança, a empolgação aumentando.— Senhorita Itō — ele disse, sua voz baixa e formal, mas com um tom de urgência. — Sua perspectiva sobre beleza é... refrescante. Acredito que uma conversa mais aprofundada seria mutuamente benéfica. Meu assistente entrará em contato para agendar uma reunião em um de nossos escritórios esta semana. Não se trata de maquiagem. Trata-se de como você personifica a elegância que buscamos. Queremos você, não apenas seu talento com a maquiagem.ʚ⑅ɞ— EU NÃO TENHO TEMPO DE ME PREOCUPAR COM ESSAS MERDAS QUE VOCÊ ANDA FAZENDO, KENJI!!!Kaito, irmão mais velho de Sairi, abaixou a máscara para que sua voz pudesse sair mais alta. A sala do karaokê piscava porcamente as luzes, sem som nenhum, e Kenji olhava para o joelho do seu outro amigo.— Onisan, eu posso explicar — respondeu ele, também em japonês, tentando segurar um arroto e falhando ao sentir o cheiro da cerveja subindo pelo nariz.— VOCÊ… PODE EXPLICAR O QUÊ? — Gritou ainda mais alto com as mãos na cintura.Nenhum dos jovens ousava falar alguma coisa, embora eles rangessem os dentes, visivelmente irritados. Sonhando com o futuro, onde seriam amigos de um cara tão famoso quanto Kaito.Kenji tinha saído com amigos que não eram trainees e estava bebendo. Naquela idade, isso acabaria com seu sonho de se tornar idol e mancharia a carreira do irmão mais velho, com um escândalo de encher os sites de fofoca.— Me diz, vocês estão fumando também? — A voz de Kaito poderia estar calma, mas Kenji sabia que ele estava pior.Kaito não esperou por uma confissão. Ele avançou no irmão, ignorando os amigos de Kenji que se encolheram no sofá. “Onde está,” ele ordenou, revistando o irmão que tentava afastar as mãos dele.— O que você está fazendo?! — Kenji protestou, mas a força de Kaito era maior. As mãos do mais velho começaram a apalpar os bolsos da jaqueta cara de Kenji, de forma rápida e invasiva.— Onde está? Me dá essa porcaria, Kenji! — Kaito rosnou.Na cabine ao lado, uma mulher de cabelos escuros sorria enquanto ouvia nos fones de ouvido o que acontecia entre eles.Era ela quem tinha denunciado o paradeiro de Kenji para o manager de Kaito através de um sms de um telefone anônimo. Ela fechou os olhos para saborear melhor o drama, enquanto gravava tudo.Kaito finalmente não encontrou o que procurava e apesar de se sentir aliviado, e não ter contado pro irmão como tinha chegado ali. Seu peito estava agitado.— ME DEIXA EM PAZ! — gritou Kenji.— Você vai jogar tudo fora por causa disso? Por causa deles? — Kaito sibilou, apontando pros outros rapazes que mudaram a admiração nos olhos pelo idol famoso na frente deles para desprezo. — E o sonho que você diz ter? RESPONDA, você ainda tem ele?


autor: ara
SAIRI ITO é umA personagem exclusiva para o rpg acropolis complex. > link